A Justiça de Santa Catarina condenou 11 pessoas por envolvimento em um assalto a uma agência bancária na cidade de Timbó Grande, no Meio-Oeste do estado, ocorrido em junho de 2023. Entre os réus estão sete homens e quatro mulheres, com idades entre 25 e 61 anos. O grupo inclui quatro integrantes de uma mesma família: pai, mãe e dois filhos.
O crime chocou os moradores da pequena cidade, que tem pouco mais de sete mil habitantes. Na tarde de 2 de junho, três homens invadiram uma unidade do Banco do Brasil, renderam funcionários e roubaram R$ 291 mil, além de um revólver, um celular, um colete balístico e um carro. Durante a fuga, os criminosos trocaram tiros com a Polícia Militar, utilizaram clientes como escudos humanos e atearam fogo em outro veículo.
Na ação, o grupo fugiu em alta velocidade levando dois reféns, que foram libertados posteriormente. Segundo o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), outros oito cúmplices deram suporte à fuga, entre eles os membros da família, que teriam escondido os assaltantes em um sítio no município de São Cristóvão do Sul.
Na mesma noite, a polícia encontrou “miguelitos” – artefatos metálicos usados para furar pneus – idênticos aos lançados pelos criminosos durante a fuga, dentro de outro veículo abordado. Essa descoberta foi decisiva para identificar os 11 envolvidos no crime. Todos foram denunciados pelo MPSC, por meio da Promotoria de Justiça da Comarca de Santa Cecília, sob a acusação de integrar uma facção criminosa com o objetivo de cometer diversos delitos.
“Trata-se de um caso extremamente grave, que aterrorizou a população e colocou vidas em risco. A condenação representa não apenas justiça para os envolvidos, mas também um importante passo para a prevenção de novos crimes, demonstrando que ações orquestradas por facções criminosas não são toleradas”, destacou a Promotoria de Justiça de Santa Cecília.
Cada membro da família envolvida foi condenado a 18 anos de prisão. As penas dos demais réus variam de 12 a 37 anos de reclusão, em regime inicialmente fechado.
A sentença mais severa foi aplicada a um dos assaltantes que participaram diretamente da ação. Considerado o mentor intelectual do crime, ele foi condenado por integrar organização criminosa, roubo mediante grave ameaça e por provocar incêndio, expondo outras vidas ao perigo. Segundo a investigação, ele era o responsável por emitir ordens aos demais integrantes da facção.
Fonte:NSC