Dois policiais militares foram presos em flagrante na noite de quinta-feira (10) após matarem um suspeito que já estava rendido durante uma operação na favela de Paraisópolis, na Zona Sul de São Paulo. A ação resultou em protestos, confrontos, uma segunda morte e tumultos nas ruas da região.

Segundo o coronel Emerson Massera, da Polícia Militar, a prisão dos agentes ocorreu após análise das imagens das câmeras corporais. A gravação mostra que o homem, identificado como Igor Oliveira de Moraes Santos, estava com as mãos na cabeça quando foi atingido pelos disparos.

Outros dois policiais envolvidos na abordagem também foram indiciados. O caso será investigado como homicídio doloso, com inquérito inicial de 20 dias, prorrogável por mais 40. As imagens das câmeras serão divulgadas ao fim da apuração.

Durante a operação, iniciada após denúncia de presença de armamento pesado, quatro suspeitos tentaram se refugiar em uma residência. Três deles foram presos, e armas, drogas, dinheiro e celulares foram apreendidos. O morador da casa não tinha ligação com os fatos.

Em protesto pela morte do suspeito rendido, um grupo atacou veículos e ateou fogo em diversos pontos da região. Um sargento da Rota foi baleado no ombro e precisará passar por cirurgia. Um quarto homem foi preso por envolvimento nas manifestações violentas.

A Secretaria da Segurança Pública informou que as ocorrências estão sendo investigadas tanto pela Polícia Civil quanto pela Corregedoria da PM. As câmeras corporais utilizadas eram do novo modelo, com ativação remota por bluetooth, o que garantiu o registro da ação.