O Governo de Santa Catarina publicou nesta terça-feira (16) o edital de concorrência eletrônica para a construção da Barragem de Botuverá, no Rio Itajaí-Mirim. A obra, aguardada há décadas pela população do Vale do Itajaí, contará com investimento de aproximadamente R$ 156,5 milhões e beneficiará diretamente cerca de 450 mil pessoas nos municípios de Botuverá, Brusque e Itajaí.

A iniciativa integra o pacote de ações estruturantes em proteção e defesa civil do Estado, que também inclui a construção da barragem de Mirim Doce e a reforma total das estruturas de Ituporanga, Taió e José Boiteux.

O governador Jorginho Mello destacou a relevância do empreendimento. “Estamos investindo em infraestrutura para garantir a segurança da população e minimizar os impactos das enchentes. Essas barragens são uma resposta a um problema histórico e um passo significativo para a proteção das nossas comunidades”, afirmou.

Detalhes da licitação e prazos

A concorrência será realizada de forma eletrônica, no regime de contratação integrada. Isso significa que a empresa vencedora ficará responsável tanto pela elaboração dos projetos quanto pela execução da obra. O prazo para envio das propostas será de 17 de setembro a 15 de dezembro de 2025, com abertura e disputa no mesmo dia 15, a partir das 13h45.

O contrato terá duração de 30 meses, sendo 24 meses destinados à execução da obra. O financiamento virá do Fundo Estadual de Proteção e Defesa Civil (FUNPDEC), com acompanhamento da Secretaria da Infraestrutura e Mobilidade e da Defesa Civil estadual, garantindo transparência e rigor técnico.

Estrutura e capacidade da barragem

A Barragem de Botuverá será construída em concreto compactado com rolo (CCR), tecnologia reconhecida pela resistência e durabilidade. A estrutura terá 40,8 metros de altura e 124 metros de extensão em sua crista, com capacidade de armazenar 20,2 milhões de metros cúbicos de água.

O projeto prevê ainda a instalação de duas comportas, cada uma com capacidade de liberar até 250 metros cúbicos por segundo, possibilitando a regulação eficiente das vazões do Rio Itajaí-Mirim e reduzindo os impactos das cheias que atingem a região.

Sustentabilidade e monitoramento

O empreendimento segue critérios ambientais rigorosos, incluindo recuperação de áreas degradadas, revegetação com espécies nativas e gestão adequada dos resíduos da construção. Durante a execução, a obra será acompanhada por sistemas de monitoramento remoto, relatórios audiovisuais e inspeções periódicas de órgãos de controle.

O secretário de Proteção e Defesa Civil, Mário Hildebrandt, ressaltou o impacto social da iniciativa. “A nova Barragem de Botuverá representa mais do que uma obra de engenharia: é a segurança de milhares de famílias, é prevenção, é desenvolvimento. Com esse investimento de mais de R$ 156,5 milhões, estamos protegendo vidas e construindo um futuro mais resiliente para o Vale do Itajaí e para toda Santa Catarina”, declarou.

Próximos passos

Além da obra em Botuverá, o Estado deve lançar ainda neste ano o edital da Barragem de Mirim Doce. Também estão em andamento projetos de novas estruturas em Petrolândia, Pouso Redondo e Trombudo Central, ampliando a rede de contenção contra enchentes em Santa Catarina.

A expectativa é que, em até dois anos, a Barragem de Botuverá esteja concluída e em funcionamento, oferecendo maior proteção às comunidades e reduzindo os prejuízos causados pelas chuvas extremas que afetam historicamente o Vale do Itajaí.