O Grupo Encantus, trio musical corupaense que anima missas, cultos e eventos comunitários, completa 10 anos de trajetória nesta sexta-feira (24). Ao longo dessa década, o grupo tem se dedicado a levar mensagens de fé, esperança e amor por meio da música, encantando fiéis e ouvintes em Corupá e região.

  Com vozes em harmonia (soprano, contralto e tenor) e acompanhamento instrumental ao teclado, o Encantus tem presença marcante em celebrações religiosas. O grupo anima, mensalmente, as Missas da Paróquia São José (terceiro sábado e domingo), em Corupá, a Missa do Padre Aloísio, realizada no dia 17, na Igreja Nossa Senhora do Rosário, em Nereu Ramos, além de participar das missas dominicais na Capela do Seminário Sagrado Coração de Jesus, sempre às 10h.

   Fundado em maio de 2015 por iniciativa do professor Rubens Heinrich Junior (teclado), o grupo contou inicialmente com Teresa Koroll (voz soprano) e Darci Rutsatz (voz contralto). A formação oficial foi consolidada em 24 de outubro de 2015, com a chegada de Margareth Rose Werner Hoffmann (violino), que integrou o grupo até janeiro de 2021.

Segundo Rubens, tudo começou com sua participação em missas da Igreja Católica, quando surgiu o desejo de unir música e espiritualidade em um projeto que emocionasse as pessoas. “Nosso repertório é composto por canções antigas, mas com uma roupagem renovada, que toca o coração de quem ouve”, conta o músico.

Além das atividades religiosas, o Grupo Encantus também se apresenta em casamentos, bodas, formaturas, aniversários e outras cerimônias, adaptando o repertório conforme a ocasião e o gosto dos contratantes.

Primeiro álbum: “Cantando ao Amor”

   Em 24 de outubro de 2021, o grupo lançou seu primeiro álbum, intitulado “Cantando ao Amor”, durante um evento especial na Capela do Seminário Sagrado Coração de Jesus, transmitido ao vivo pelo Facebook. 

    O show de lançamento apresentou as 10 músicas do CD, cada uma marcada por espiritualidade e emoção.

“Foi um momento muito especial, a realização de um sonho”, relembra Rubens. Durante o evento, o grupo também disponibilizou CDs e pendrives com as canções, que continuam à venda por meio de contato direto com os integrantes.

Entre as músicas do álbum, “Presença Real” tem um significado especial. A canção foi inspirada durante uma missa do Servo de Deus Padre Aloísio, em janeiro de 2021. “Ao cantá-la, sentimos a presença real de Deus”, destaca Rubens, emocionado.

História do Grupo Encantus

  A história do Grupo Encantus começou a ser escrita ainda em 2014, quando a Igreja Católica de Corupá estava em reforma e as missas eram realizadas no Galpão de Festas da Paróquia, local vizinho à Escola São José, onde o professor Rubens Heinrich Junior lecionava.

   Durante as quartas-feiras, Junior ouvia os cânticos simples e cheios de fé entoados por Teresa Koroll e Lucinha Holler (in memoriam), sem acompanhamento instrumental. Inspirado por aquele momento, sentia no coração o desejo de contribuir com o dom da música. “Um dia irei acompanhá-las na igreja com o teclado. Que Deus me guie para isso”, pensava.

    O desejo se concretizou em janeiro de 2015, quando Junior encontrou Teresa no centro de Corupá e expressou sua vontade de participar das missas como instrumentista. 

   Teresa se emocionou, há tempos ela orava pedindo a Deus alguém que pudesse ajudar com a música. Na semana seguinte, Junior levou seu teclado para a igreja e passou a acompanhar os cânticos. No início, houve certa adaptação, já que o teclado era uma novidade nas celebrações. 

   Com o tempo, no entanto, tudo se harmonizou, e as missas de quarta-feira tornaram-se mais alegres e participativas. O grupo que ali nascia começou a ser convidado para outras missas e comunidades.

    Durante o mesmo período, Junior reencontrou Darci, amiga de longa data, com quem compartilhou experiências musicais e a convidou para integrar o Coral Ecumênico de Corupá. Em uma ocasião em que Teresa não pôde comparecer, Darci acompanhou Lucinha e Junior na animação de uma missa em Jaraguá do Sul e a afinidade musical entre eles foi imediata. 

   Pouco depois, Lucinha precisou se afastar por motivos de saúde, e Junior convidou Darci para somar-se à equipe de forma definitiva.

Com Teresa no soprano, Darci no contralto e Junior ao teclado, nascia oficialmente o grupo que levaria música e fé às celebrações da região.

   O encontro com a violinista Margareth Rose Werner Hoffmann completaria a formação. Junior e Rose haviam se conhecido em um curso de museologia no Seminário, em 2014. Durante uma visita, ao conversarem sobre música, Junior descobriu que ela havia tocado violino por muitos anos.

   Empolgado, convidou-a para um ensaio. Havia, porém, um obstáculo: Rose não possuía mais seu violino. Com o apoio da Divisão de Cultura, conseguiram o empréstimo de um instrumento e o primeiro ensaio foi marcado pela emoção. “Quando o violino soou, as lágrimas rolaram. Violino, teclado e vozes formaram uma combinação perfeita”, recorda Junior.

  Assim, em 24 de outubro de 2015, o Grupo Encantus realizou sua primeira apresentação oficial, no Culto de Confirmação, da Paróquia Evangélica Luterana de Corupá. Desde então, o trio segue animando missas, cultos e cerimônias em Corupá e região, sempre com o mesmo propósito: cantar, louvar e levar mensagens de fé e esperança. O lema do grupo resume sua missão: “Simplesmente Encantar.”

Experiências Musicais

Rubens Heinrich Junior

   Aos 14 anos, Junior iniciou sua trajetória musical ao ser convidado para cantar no Coral da Fundação Municipal de Cultura, regido por Lane Annegret Krobot. Posteriormente, estudou teclado e órgão com a professora Gisela Gessner Peter (in memoriam).

Meses mais tarde, foi convidado por Sérgio Minel (in memoriam), a integrar o Coral Ecumênico de Corupá, onde permanece até hoje. Para Junior, o Grupo Encantus é fruto de providência divina: “Sou usado como instrumento para engrandecer o nome e o reino de Deus.”

Teresa Koroll

   Desde a infância, Teresa cultivou o gosto pela música, formando dueto com a irmã Lídia em apresentações familiares, cantando modas de viola e canções sertanejas. Após muitos anos vivendo em São Paulo, retornou a Corupá na década de 1980. A convite de amigos, voltou a cantar em encontros do Cursilho da Igreja Católica, retomando sua ligação com as músicas sacras.

“O Grupo Encantus é a realização de um sonho. Acredito que fui honrada por Deus, através da oração. Adoro cantar e sou feliz por fazer parte dessa minha família musical.”

Darci Rutsatz

  A música sempre fez parte da vida de Darci, influenciada pelo pai, Alfredo Rutsatz (in memoriam), músico e gaiteiro do conjunto Bandinha da Saudade.

Na adolescência, estudou flauta doce com a professora Ilonca Maria Krieger, esposa de um pastor luterano. Participou do grupo Dó-Ré-Mi, que lançou o disco “As Crianças Desta Terra”, em 1979, e mais tarde integrou o Coral da Divisão Municipal de Cultura, gravando o CD “Hino de Corupá”. Desde 2015, é também integrante do Coral Ecumênico de Corupá.

“Amo cantar e estar com esses amigos queridos. Cantar faz bem à alma e ao coração. Quem canta, ora duas vezes, como dizia Santo Agostinho.”

Margareth Rose Werner Hoffmann

   A música sempre esteve presente na vida de Rose desde a infância. Iniciou seus estudos de violino aos 6 anos, e ao longo dos anos participou de diversas orquestras, entre elas a Orquestra Juvenil de São Bento do Sul, a Orquestra Carlos Gomes de Blumenau, a Orquestra Sinfônica de Recife  e a Orquestra da Scar de Jaraguá do Sul.

Após um período afastada da música, o Grupo Encantus representou para Rose um recomeço:

“Foi uma oportunidade de reviver a música. É gratificante fazer parte dessa família na qual se respira música. Sinto-me maravilhada e abençoada.” Em janeiro de 2021, Rose encerrou sua participação no grupo para dedicar-se a atividades pessoais e familiares, deixando sua marca na história do Encantus.